domingo, 22 de abril de 2012

AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATE SISU PARA UFRN


A UBES realizol  (9), Audiência Pública para debater o Sistema de Seleção Unificada (SiSu) como instrumento de seleção para a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Promovida pelo Vereador George Câmara, a audiência reuniu cerca de 150 estudantes de escolas públicas e privadas que lotaram as galerias da Câmara Municipal para discutir a democratização do acesso ao ensino superior.
Representantes do movimento estudantil também estiveram presentes, entre eles Pedro Sérgio da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas (APES); Whanderley Costa, da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-Natal); Pedro Henrique, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); Melayne Macedo, do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFRN); Ramon Alves, representando a União Nacional dos Estudantes; além de Adelardo Adelino, Pró-Reitor Adjunto de Graduação da UFRN e Magda Melo, presidente da Comissão Permanente de Vestibular (COMPERVE).
Segundo Pedro Henrique, estudante de curso pré-vestibular em São Paulo e Tesoureiro Geral da UBES, o fim do vestibular sempre foi pauta da entidade. “O vestibular tradicional, que selecionava os estudantes entre aprovados e reprovados, sempre foi combatido pelo movimento educacional brasileiro, pois limita e condiciona o ensino médio, já que tudo o que estudamos é voltado à uma prova que, no geral, pauta-se pela decoreba”. Ele afirmou que, ao contrário dos anos anteriores, é um avanço que um exame como o ENEM possibilite a concorrência no máximo de universidades, ao invés do estudante ter gastos para inscrição e deslocamento em busca de vagas.

Na opinião de Ramon, estudante de Gestão de Políticas Públicas na UFRN e representante da UNE, “a questão do SiSu está inserida em um contexto mais amplo de reformas democratizantes do ensino superior, mas ainda muito distante das necessidades do Brasil”. Segundo ele, “uma nação que pretende ser uma peça importante no cenário internacional não pode ter somente 13,9% de seus jovens entre 18 e 24 anos com acesso ao ensino superior”. O diretor regional concluiu afirmando que a realidade, passou como um trator sobre aqueles que consideraram que, com o SiSu, os estudantes perderiam as vagas da Universidade Federal de seus estados. “Na UFC, no Ceará, que foi a universidade com maior quantidade de inscritos pelo SiSu, 95% dos estudantes de Medicina são cearenses, ante aos 93% do último vestibular tradicional, o que comprova que o terrorismo não se confirmou”. 
Melayne Macedo, estudante de Letras, representando o Diretório Central dos Estudantes José Silton Pinheiro, da UFRN, avaliou que muitos jovens deixam de sonhar com o vestibular porque essa não é uma questão concreta na realidade deles. Exemplificando a partir da realidade de comunidades mais pobres, como Mãe Luiza, a Coordenadora Geral do DCE/UFRN afirmou que um dos grandes desafios da educação é permitir que a universidade possa ser um espaço democrático, o que não acontece nos dias atuais.

Pedro Sérgio, presidente da Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas (APES) e estudante do IFRN Zona Norte, registrou que é uma “farsa” o argumento daqueles que consideram que a qualidade do ingresso no ensino superior será prejudicada com o ENEM. Ele citou o caso da UFC, dizendo que “a média dos estudantes aprovados em Medicina na federal do Ceará foi de 769 pontos, muito acima dos 683 pontos de média dos estudantes do CEI, colégio que liderou o ranking do ENEM no Rio Grande do Norte”. Segundo ele, há certos interesses que preferem ver as vagas das universidades sendo disputadas por um nicho.
Finalizando a participação dos representantes das entidades estudantis presentes, o presidente da UMES, Whanderley declarou que a questão do SiSu será debatida em seminários da entidade no mês de abril e maio, afirmando novas mobilizações da UMES pelo fim do vestibular. “É importante destinar os recursos provenientes da realização do vestibular para a assistência estudantil, já que a maioria dos reitores afirmam que é necessário dobrar o investimento em assistência social para termos uma política mais consistente de assistência ao estudante. O SiSu amplia essa necessidade e devemos pressionar para que esses recursos atendam essa demanda”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário