A UBES realizol (9), Audiência Pública para debater o
Sistema de Seleção Unificada (SiSu) como instrumento de seleção para a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Promovida pelo
Vereador George Câmara, a audiência reuniu cerca de 150 estudantes de
escolas públicas e privadas que lotaram as galerias da Câmara Municipal
para discutir a democratização do acesso ao ensino superior.
Representantes do movimento estudantil
também estiveram presentes, entre eles Pedro Sérgio da Associação
Potiguar dos Estudantes Secundaristas (APES); Whanderley Costa, da União
Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES-Natal); Pedro Henrique, da
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); Melayne Macedo,
do Diretório Central dos Estudantes (DCE/UFRN); Ramon Alves,
representando a União Nacional dos Estudantes; além de Adelardo Adelino,
Pró-Reitor Adjunto de Graduação da UFRN e Magda Melo, presidente da
Comissão Permanente de Vestibular (COMPERVE).
Segundo Pedro Henrique, estudante de
curso pré-vestibular em São Paulo e Tesoureiro Geral da UBES, o fim do
vestibular sempre foi pauta da entidade. “O vestibular tradicional, que
selecionava os estudantes entre aprovados e reprovados, sempre foi
combatido pelo movimento educacional brasileiro, pois limita e
condiciona o ensino médio, já que tudo o que estudamos é voltado à uma
prova que, no geral, pauta-se pela decoreba”. Ele afirmou que, ao
contrário dos anos anteriores, é um avanço que um exame como o ENEM
possibilite a concorrência no máximo de universidades, ao invés do
estudante ter gastos para inscrição e deslocamento em busca de vagas.

Na
opinião de Ramon, estudante de Gestão de Políticas Públicas na UFRN e
representante da UNE, “a questão do SiSu está inserida em um contexto
mais amplo de reformas democratizantes do ensino superior, mas ainda
muito distante das necessidades do Brasil”. Segundo ele, “uma nação que
pretende ser uma peça importante no cenário internacional não pode ter
somente 13,9% de seus jovens entre 18 e 24 anos com acesso ao ensino
superior”. O diretor regional concluiu afirmando que a realidade, passou
como um trator sobre aqueles que consideraram que, com o SiSu, os
estudantes perderiam as vagas da Universidade Federal de seus estados.
“Na UFC, no Ceará, que foi a universidade com maior quantidade de
inscritos pelo SiSu, 95% dos estudantes de Medicina são cearenses, ante
aos 93% do último vestibular tradicional, o que comprova que o
terrorismo não se confirmou”.
Melayne Macedo, estudante de Letras,
representando o Diretório Central dos Estudantes José Silton Pinheiro,
da UFRN, avaliou que muitos jovens deixam de sonhar com o vestibular
porque essa não é uma questão concreta na realidade deles.
Exemplificando a partir da realidade de comunidades mais pobres, como
Mãe Luiza, a Coordenadora Geral do DCE/UFRN afirmou que um dos grandes
desafios da educação é permitir que a universidade possa ser um espaço
democrático, o que não acontece nos dias atuais.

Pedro Sérgio, presidente da Associação
Potiguar dos Estudantes Secundaristas (APES) e estudante do IFRN Zona
Norte, registrou que é uma “farsa” o argumento daqueles que consideram
que a qualidade do ingresso no ensino superior será prejudicada com o
ENEM. Ele citou o caso da UFC, dizendo que “a média dos estudantes
aprovados em Medicina na federal do Ceará foi de 769 pontos, muito acima
dos 683 pontos de média dos estudantes do CEI, colégio que liderou o
ranking do ENEM no Rio Grande do Norte”. Segundo ele, há certos
interesses que preferem ver as vagas das universidades sendo disputadas
por um nicho.
Finalizando a participação dos
representantes das entidades estudantis presentes, o presidente da UMES,
Whanderley declarou que a questão do SiSu será debatida em seminários
da entidade no mês de abril e maio, afirmando novas mobilizações da UMES
pelo fim do vestibular. “É importante destinar os recursos provenientes
da realização do vestibular para a assistência estudantil, já que a
maioria dos reitores afirmam que é necessário dobrar o investimento em
assistência social para termos uma política mais consistente de
assistência ao estudante. O SiSu amplia essa necessidade e devemos
pressionar para que esses recursos atendam essa demanda”.
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